Tóquio 2020 tem recorde de atletas femininas participando dos Jogos Olímpicos
Pela primeira vez desde sua criação, as Olimpíadas terão quase 50% de mulheres competindo pelos Jogos e uma grande chance de coroar uma mulher como rainha do evento
19/07/2021 - 21h03
Liandra Curopos
Shelly-Ann Fraser-Pryce, Simone Biles e Katie Ledecky
(Foto: Edição)
As Olimpíadas ainda não começaram, mas já está fazendo história: Tóquio será palco dos Jogos que terão mais atletas femininas competindo por medalhas. Pela primeira vez desde sua inauguração, há 125 anos, as Olimpíadas terão quase o mesmo número de atletas femininas e masculinos, sendo uma estimativa de 48% de mulheres.
Mesmo acontecendo aos poucos, as mulheres vêm conquistando seus espaços na maior competição do mundo. A prova disso é o aumento da participação em uma sequência de dez edições até aqui. A cada ano, o recorde é batido: Em Moscou 1980, as mulheres eram 1.115, 21,5% da quantidade total e, desde então, esse número vem crescendo. Na Rio 2016, recorde anterior à Tóquio, foram 4.676 atletas (44,4%), agora, é esperado que a marca atinja 48% de mulheres da quantidade total de atletas em solo japonês. Veja o gráfico:
Além disso, os Jogos Olímpicos no Japão terão mais categorias e eventos femininos de toda a história. As mulheres disputam todas as modalidades olímpicas desde Londres 2012 e em Tóquio os eventos masculinos diminuíram para incluir categorias femininas, como é o caso do remo e da canoagem. Fora isso, desde a última edição, a Rio 2016, o número de eventos mistos subiu de nove para 18 em sete esportes diferentes, esses são: tiro com arco, atletismo, tênis de mesa, triatlo, judô, tiro e natação.
No Time Brasil, também há história: o país terá 303 atletas no Japão e contabiliza um recorde de maior número de competidores nos Jogos fora de casa - a marca absoluta foi atingida no Rio, com 465 atletas. São 161 homens e 142 mulheres, sendo assim, a maior delegação feminina brasileira fora de casa, com 46%. Em Pequim, foram 133 mulheres, mas a proporção em 2008 era maior, 48%.
Time Brasil posando com os novos uniformes para os Jogos Olímpicos
(Foto: Alexandre Loureiro/COB)
Com esses números subindo, é possível que vejamos, pela primeira vez, uma rainha da Olimpíada. As últimas edições dos Jogos foram marcadas pela dominância de duas lendas do esporte mundial: Usain Bolt e Michael Phelps. Porém, em Tóquio, há margem para haver uma primeira rainha coroada.
A atleta mais cotada para tal feito é a ginasta Simone Biles. A estadunidense vai para sua segunda Olimpíada e já contabiliza cinco medalhas: quatro de ouro e uma de bronze. Além disso, o fenômeno de 22 anos, possui 19 medalhas de ouro em Mundiais de Ginástica Artística e espera-se que ela domine na modalidade olímpica.
Simone Biles é a mais cotada para a coroa olímpica
(Foto: Jamie Squire/Getty Images)
A nadadora Katie Ledecky também não fica para trás. A também estadunidense de 22 anos foi a maior medalhista mulher na edição da Rio 2016 conquistando quatro ouros e uma prata. Desde a Londres 2016, com apenas 15 anos de idade, em sua primeira participação nos Jogos, Katie surpreendeu a todos e deu o que falar nos 800m livre. Além disso, a nadadora contabiliza 15 medalhas de ouros em Mundiais e 14 recordes mundiais, marcas jamais alcançadas por nenhuma outra atleta da modalidade.
Katie Ledecky comemorando seu ouro na Rio 2016
(Foto: COI)
A jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce também está na briga pela coroa de rainha olímpica. Contabilizando Mundiais, Olimpíadas e Mundiais Indoor, a veterana de 33 já colocou no pescoço 18 medalhas, sendo 12 delas de ouro. Depois de não ter subido no lugar mais alto do pódio na Rio 2016, ficando com uma prata e um bronze, a corredora jamaicana vai à Tóquio com muita cede em busca do tricampeonato olímpico.
Shelly-Ann Fraser-Pryce comemorando o segundo lugar no atletismo da Rio 2016
(Foto: Quinn Rooney/Getty Images)
