Tricolor não consegue furar bloqueio equatoriano e volta à sofrer com defesa exposta; empate veio no fim, quando a vaga já estava decidida
20/08/2021 - 00h39
Vicente Arantes
Fred, autor do gol do Fluminense, em ação na temporada
(Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C.)
A jornada do Fluminense na Copa Libertadores da América se encerrou na noite da última quinta-feira, no Equador. O time não conseguiu sair com a vitória, único resultado plausível que lhe daria a vaga para as semifinais. A verdade é que o empate no jogo de ida, após tomar a virada estando com um jogador a mais, pesou na vida tricolor na competição. O Barcelona, até então invicto como mandante, sabia que o 2 a 2 no Rio tinha sido de enorme adianto para sua equipe. O Fluminense de Roger precisava sair para o jogo, sabendo balancear o ofensivo com o defensivo. E a verdade é que não conseguiu realizar nenhum dos dois com maestria.
As estatísticas são precisas para apontar a partida: Fluminense com posse de bola, Barcelona em um jogo vertical. O time equatoriano fechado, jogando apenas no seu campo, enquanto o tricolor buscava, dentro de suas limitações, criar chances para abrir o placar. Os 75% de posse de bola, porém, refletiram em apenas 5 finalizações no primeiro tempo, sendo só uma delas no gol, em uma bicicleta de Ganso. O próprio Barcelona finalizou mais: foram 6 tentativas contra o gol de Marcos Felipe. Nenhum dos dois times, no entanto, levou perigo real ao seu concorrente. O 0 a 0 complicava ainda mais o Flu, que teria que se expor ainda mais na segunda etapa.
E à exemplo dos primeiros 45 minutos, a posse de bola continuou maior (60%) para os brasileiros, e dessa vez o abismo de finalizações foi ainda maior: foram 10 chutes dos donos da casa, contra apenas 6 do Fluminense. O time parecia ter um bloqueio criativo, a bola não chegava em condições à Fred, e as melhores chances eram em raras triangulações pela direita com Samuel Xavier. A conta veio: aos 28 minutos, a zaga tricolor entrou em pane e deixou Mastriani livre na área para abrir o placar pros equatorianos. O gol veio como banho de água fria, em um time que já não estava "quente" no jogo. Com o resultado na mão, tendo espaço para contra atacar, e vendo um Flu nervoso, o Barcelona não precisou de muito para garantir a vaga.
A demora de Roger Machado para mexer, novamente, irritou a torcida tricolor. O time, que tinha claríssimos problemas de criação desde o minuto inicial do primeiro jogo, só foi ter Nenê após o gol sofrido. Além de diversas críticas, a demora de Roger para apresentar soluções durante o jogo é algo que irrita muito os torcedores. No último minuto de jogo, pênalti para o Fluminense assinalado após consulta no VAR, e o gol de Fred foi o "último ato" do clube nessa edição da Copa. Uma despedida de cabeça erguida, de um time que se superou até o último minuto, mas que deixa um gostinho de "quero mais", visto que derrubou adversários pesados pelo caminho.
A eliminação nas quartas também evitou aquilo que seria o FLAFLU mais aguardado dos últimos tempos. O rubro-negro agora enfrenta o Barcelona por uma vaga na finalíssima. O Fluminense, por sua vez, segue na briga no Brasileirão e na Copa do Brasil. Curiosamente, os próximos jogos serão contra o Atlético Mineiro. Segunda-feira, 20:00, recebe o time mineiro pela Série A, enquanto quinta-feira a disputa é pela ida das quartas de final da Copa do Brasil.
Confira os melhores momentos da eliminação tricolor:
