Renato Gaúcho conheceu sua segunda derrota no comando do Flamengo na noite deste domingo, pelo Campeonato Brasileiro. E foi justamente contra seu ex time: após eliminar o Grêmio na Copa do Brasil com duas boas vitórias, foi superado no confronto pelo Brasileirão, em rodada onde os rivais diretos Palmeiras e Atlético venceram e abriram distância. A situação do Flamengo ainda é boa: com os 2 jogos a menos, caso vença, assume a segunda colocação e fica à 5 pontos do líder Galo, ainda com um confronto direto em casa à ser disputado. Mesmo assim, a derrota hoje deve ser muito lamentada, principalmente pela péssima atuação da equipe, que teve muitas dificuldades para furar o bloqueio tricolor.
Pode-se dizer que os outros dois confrontos entre os times "calejaram" o Grêmio de Felipão para esse jogo, além de dar um gás como forma de vingança pelo atropelo sofrido na outra competição nacional. E tudo isso é mérito do Grêmio! Enquanto o visitante jogava como se cada dividida fosse a última, o rubro-negro entrou sonolento e com muito pouca movimentação, cenário que permaneceu por maior parte do jogo. A verdade é que o próprio Grêmio não jogou para vencer o jogo, mas achou o gol no final da primeira etapa com Borja, de cabeça. O centroavante, por sinal, protagonizou a melhor parte do duelo desta noite: a disputa com Rodrigo Caio foi de longe a coisa mais emocionante do jogo, com os dois saindo amarelados e muita discussão lado a lado. Quase em todos os momentos, de forma limpa.
No segundo tempo Renato demorou à mexer no time, e quando o fez tirou Everton Ribeiro, o único jogador capaz de criar jogadas na ausência de Arrascaeta. Sem a dupla de meias o time sucumbiu à toques de bola laterais e inefetivos sem perigo ao adversário; Gabigol teve que voltar diversas vezes, e mesmo assim foi difícil de encontrar a bola. Andreas foi o jogador do rubro-negro que mais tocou na bola disparadamente, atuando ora como volante, ora como meia, e até atacante. Fez o que estava ao seu alcance, mas ainda mostrou falta de entrosamento natural com os companheiros ao errar passes simples.
Bruno Henrique foi lançado ao time, mas foi outro que não apareceu em nenhum lance de perigo. O Flamengo como um todo, na verdade, não levou perigo ao Grêmio, o que deixava o tricolor numa situação muito confortável no jogo. Kenedy estreou discretamente, tentando buscar o jogo mas sem sucesso. Borja poderia ter fechado o marcador após pênalti infantil de Leo Pereira, mas Diego Alves defendeu a cobrança e pode ser eleito o melhor jogador do Flamengo por isso. Onde todos foram mal, o goleiro fez o que podia na única chance que teve de aparecer, visto que o Grêmio também quase nunca atacou. A derrota foi justa, em um jogo feio de se assistir, mas em que o Grêmio foi melhor e conseguiu evitar aquele que seria o 11º jogo sem derrotar o Flamengo.
Como citado, a derrota não ajuda em nada o time de Renato na briga pelo título, já que agora 11 pontos separam ele do líder Atlético; mesmo que hajam jogos a menos, não se devem contar como "vitórias certas". Mas agora é hora de mudar a chave: para os supersticiosos de plantão, a única derrota de Renato até então foi também para um time gaúcho, o Inter, e também às vésperas de um jogo decisivo pela Libertadores. Na época, o Flamengo goleou o Olimpia na quarta-feira seguinte pela idas das quartas de final da competição. Agora nas semis, é a vez de encarar o Barcelona de Guaiaquil, no Maracanã, às 21:30 do dia 22. Com presença da Nação, é a forma perfeita de apagar a derrota de domingo, além de poder encurtar o passo rumo o tricampeonato da América. Pelo Brasileirão, volta à atuar somente no próximo domingo, às 11:00, contra o América-MG em Minas Gerais.
Veja abaixo os melhores momentos da segunda derrota de Renato Gaúcho no comando rubro-negro: